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Vazio sanitário da soja gera benefícios para sojicultores

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Vazio sanitário da soja gera benefícios para sojicultores

Lavouras do Mato Grosso do Sul estão em período de vazio sanitário, ou seja, uma época em que não se pode semear ou manter plantas de soja no campo
No período de 15 de junho a 15 de setembro, as lavouras do Mato Grosso do Sul estão em período de vazio sanitário, ou seja, uma época em que não se pode semear ou manter plantas de soja no campo. O vazio sanitário é uma estratégia de manejo estabelecida com a finalidade de reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática durante a entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safra. No Brasil, 11 estados e o Distrito Federal adotam essa medida, estabelecida por meio de normativas estaduais. Além do Brasil, o Paraguai também estabeleceu o período de vazio sanitário. Confira aqui o calendário completo.

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De acordo com a pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Seixas, “o vazio sanitário da soja é uma das principais estratégias para o manejo da ferrugem-asiática da soja, que é a mais severa doença da cultura da soja”. A pesquisadora explica que o fungo que causa a ferrugem-asiática é biotrófico, ou seja, precisa de hospedeiro vivo para se desenvolver e multiplicar. “Ao eliminarmos as plantas de soja na entressafra «quebramos» o ciclo do fungo, reduzindo assim a quantidade de esporos presentes no ambiente”, explica Claudine.

O engenheiro agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste, Alexandre Dinnys Roese, salienta que no Mato Grosso do Sul as condições climáticas favorecem a sobrevivência das plantas voluntárias de soja na entressafra, ao contrário do que acontece nos Estados do Sul do Brasil, onde o clima frio e as geadas dificultam a sobrevivência de plantas voluntárias de soja. “Temos poucas ocorrências de geada e as temperaturas médias são mais altas no MS do que no Sul, assim a germinação de sementes de soja e seu crescimento no inverno é favorecida”, explica. O agrônomo completa “prova disso é que os primeiros relatos da ferrugem asiática na safra normalmente ocorrem aqui na região Centro Oeste do Brasil.

Roese destaca a relação custo/benefício do vazio sanitário, pois gera economia, por meio da redução da quantidade de aplicação de produtos químicos para controle da ferrugem asiática. Outro benefício dessa estratégia de manejo é contribuir para evitar que o fungo desenvolva resistência aos produtos químicos disponíveis. “A dedicação e o profissionalismo do produtor rural são novamente requisitados nesse período de vazio sanitário, em benefício de si próprio, de todo o setor produtivo. E não temos dúvidas de que essa importante tarefa será novamente cumprida com êxito”, destaca ele.
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O chefe de divisão de Defesa Sanitária da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Felipe Porto Carreiro Petelinkar, explica que o vazio sanitário é uma medida muito importante adotada no Mato Grosso do Sul há 11 anos e que vem trazendo benefícios para a sojicultura. “O vazio sanitário faz com que a entrada do fungo na lavoura de soja seja atrasada e ocorra uma quebra de ciclo da doença”, disse Felipe.

Ele explica que a fiscalização do Iagro em 2017, deve alcançar 1 milhão e 900 mil hectares, ou seja, 74% da área plantada no Estado, por meio de uma equipe composta por 27 fiscais da área vegetal do Iagro. A legislação estabelece três ações fundamentais que precisam ser realizadas pelos produtores: 1) realização no período de 1º de setembro a 10 de janeiro, do ano anterior, do Cadastro da área de Plantio de Soja (on-line); 2) destruição e controle das plantas voluntárias de soja e 3) não cultivar soja durante todo o período de vazio sanitário.

Infringir qualquer uma destas determinações implica em multas que são estabelecidas em unidades fiscais estaduais de referência (Uferms), com a cotação de junho em R$ 24,66 (por unidade). Para os produtores que não realizam o cadastro é de 100 Uferms; não realizar o controle das plantas voluntárias de soja é de 200 Uferms e cultivar lavoura de soja, em período de vazio sanitário, a multa é de 1000 Uferms, ou seja, cerca de R$ 24.660. “O produtor está bem consciente dessa estratégia de manejo e está cumprindo as exigências. Atualmente, as plantas voluntárias de soja são a maior causa das multas realizadas nas fiscalizações”, explica Felipe.

Outra informação relevante se refere a diferença que existe entre o vazio sanitário e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), que são ferramentas de manejo distintas, porém ambas estabelecidas em forma de cronogramas. O ZARC é um instrumento técnico-científico de política agrícola e de gestão de riscos na agricultura. “Algumas pessoas ainda confundem as duas coisas. E existe uma pressão para que as datas sejam as mesmas, mas como as funções são completamente distintas não é possível unificar as datas”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Danilton Flumignan.

Mais informações sobre a ferrugem da soja podem ser obtidas no site http://www.consorcioantiferrugem.net.

Fonte: Agrolink

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