Notas
Soja: Estoques mundiais indicam que o momento é ideal para fixar safra 2016/17
Em fevereiro deste ano, os preços da soja extrapolaram a casa dos US$ 10 por bushel em Chicago, com a especulação climática na América do Sul. Inflamado o mercado, passou também a especular o plantio da nova safra nos EUA. Acendeu a chama da esperança em muitos produtores que ainda sonham com os preços da soja de 2012/13, acima de US$ 15 por bushel.
Passei então a receber inúmeras perguntas a respeito. “Vender ou não a minha colheita?”, “Fixo minha safra 2016/17 ou não?”. Neste novo artigo do nosso blog, estarei mostrando a vocês todos os fundamentos que me levam a acreditar que estamos diante de um excelente momento para fixar a safra 2016/17 com preços que dificilmente alcançaremos no segundo semestre de 2016.
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SAFRA BRASILEIRA E ARGENTINA
Muito tem se especulado sobre o real tamanho da safra brasileira frente aos problemas climáticos que tivemos no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, parte de Goiás e em grande parte do Matopiba. A safra inicialmente prevista em 100 milhões de toneladas seria o recorde nacional. Primeiro com estiagem e depois com excesso de chuvas, perdas localizadas, hora mais ou hora menos severas, fizeram com que todas as consultorias e inúmeros órgãos oficiais revisassem para baixo seus números de safra. A Conab estima atualmente uma safra de 98,9 milhões de toneladas.
Já na Argentina, as previsões também eram de uma safra “cheia”, porém, como vinham de uma safra recorde em 2014/15 de 61 milhões de toneladas e a disputa política vivida durante as eleições trouxeram algumas incertezas e alguns agricultores ficaram “ressabiados” em investir nas suas lavouras como nos anos anteriores, esperava-se um volume de 58 milhões de toneladas. Agora, na reta final, assolada por fortes chuvas, especula-se que está havendo perdas de até 2 milhões de toneladas.
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ESTOQUES MUNDIAS
Eu sempre digo que, para analisar o impacto de mercado dos fatos climáticos, é preciso analisar o quadro de oferta e demanda. Justamente neste momento, quando eu analiso o quadro de oferta e demanda mundial e mensuro os estoques mundiais de soja, é que os atuais preços saltam aos meus olhos como uma oportunidade incrível.
Vejam na tabela abaixo os estoques mundiais de soja e os preços médios de comercialização na CBOT nas últimas 3 safras:
ESTOQUES MUNDIAS DE SOJA_1
O tão sonhado patamar de US$ 15 por bushel registrado em 2012/13 aconteceu quando os estoques mundiais de soja estavam em 56,8 milhões de toneladas. Subiram para 66,91 milhões de toneladas em 2013/14 e trouxeram os preços para a casa de US$ 14 por bushel. Em 2014/15 subiram os estoques ainda mais, atingindo a meteórica marca de 89,26 milhões de toneladas e os preços desabaram. Chegando ao preço médio de US$ 9 por bushel.
2015/16 REVERSÃO
Depois de três anos em alta, os estoques mundiais de soja começaram a cair. Embora ainda estejam em volumes muito confortáveis do ponto de vista de garantia de oferta, reduziram drasticamente. Importante ressaltar que do ponto de vista do mercado e da formação de preços em Chicago, vale o ano safra norte americano. Portanto quando agente fala em safra 2015/16… Significa o ano safra que começa em julho de 2015 e termina em junho de 2016.
Sendo assim, estamos vivendo o final do ano safra 2015/16, justamente quando estão acontecendo às mudanças de patamares de preços que estão chamando a atenção do mercado.
Veja no quadro abaixo:
ESTOQUES MUNDIAS DE SOJA_2
Começamos o ano safra com um potencial de produção na casa de 318 milhões de toneladas e terminamos com 320 milhões de toneladas. Vale ressaltar que o USDA ainda insiste em uma safra Brasileira de 100 milhões de toneladas e na Argentina de 59 milhões de toneladas. Caso a CONAB esteja certa e os “boatos” de alagamento na Argentina venham a se confirmar, podermos ver uma redução nos próximos relatórios de aproximadamente 5 milhões de toneladas.
Já os estoques sofreram fortes reduções, porém ainda na casa de 80 milhões de toneladas. Os números do estoque foram reajustados decorrentes de uma exportação mais forte que a esperada e principalmente de um esmagamento de soja maior do que o esperado.
SAFRA NORTE AMERICANA 2016/17
A safra americana começou a ser planta na semana do dia 24 de abril. Especulou-se que haveria uma redução de 1% de área plantada, que não se confirmou. Os últimos levantamentos do USDA mostraram que a área ficou praticamente estável com apenas 0,24% de redução de área com relação ao ano passado.
SAFRA NORTE AMERICANA
MERCADO DE CLIMA NOS EUA
O relatório semanal de desenvolvimento de lavoura do USDA, chamado de CROP PROGRESS mostra que o plantio da safra 2016/17 está 2% atrasado com relação ao ano passado, porém está 2% adiantado com relação à média dos últimos 5 anos.
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CROP PROGRESS
Durante os próximos 100 dias estes relatórios serão semanais. Precisamos ficar de olhos bem abertos e acompanhar todos os índices. Pelas estatísticas atuais fica claro que tudo está dentro da normalidade caminhando para um plantio sem problema algum, indicando um potencial de produtividade normal.
CÂMBIO
Conforme abordamos neste artigo, à medida que os estoques mundiais incrementavam-se, os preços em Chicago “derretiam” chegando aos níveis mais baixos em 2015. Entretanto o câmbio fez um movimento contrário em virtude dos problemas econômicos e principalmente políticos no Brasil.
Percebam no quadro abaixo que em 2015, a soja chega a menor cotação (972,62/bushel) enquanto o dólar passa a valer R$3,351. Enquanto a moeda americana valorizava-se 37,7% o bushel da soja desvalorizava-se 33,5%
Com isso os preços recebidos pelos produtores em reais no mercado interno, são historicamente os preços mais altos até hoje registrados.
dolar vs CBOT
Em 2016 está havendo uma reversão nesta relação Dólar x Preços da Soja. Com a turbulência política e econômica temos visto o real desvalorizar violentamente junto à moeda americana. Entretanto o processo de Impeachment está aprovado na Câmara dos Deputados e na próxima semana deve ter sua primeira faze aprovada no Senado. Este cenário de mudança de governo tem trazido um otimismo ao mercado, que está refletindo no câmbio.
Os especialistas econômicos dizem, que um possível governo Temer, pode trazer um otimismo e uma confiança no empresariado, acima das expectativas. Investimentos podem vir a serem feitos e privatizações serão prioridades. Com isso a expectativa é de uma forte redução do cambio para o segundo semestre de 2016.
1-) Os problemas climáticos no Brasil e na Argentina, existem sim e estão sendo mensurados. Porém os números de quebra de safra quando computados no quadro de oferta e demanda mundial, não colocam os estoques mundiais de soja em risco, mostrando para o mercado que o abastecimento está garantido.
2-) A safra norte americana em termos de área plantada será praticamente a mesma que a do ano passado quando os Estados Unidos produziram a maior safra de soja da história. O clima ajudando neste 2016/17 fica muito plausível estarmos nos deparando com um novo recorde de produção dos Estados Unidos.
3-) Nestes próximos 100 dias estamos vivendo o “mercado de clima”nos EUA. O mercado vai oscilar em cima de boatos de mais chuva ou menos chuva, mais doenças ou menos doenças, mais quebra ou menos quebra de safra… Mas daqui a 100 dias não vai ter nem choro nem vela… O mercado voltará a se balizar pelo quadro de oferta e demanda que tem nos mostrado um estoque de 80 milhões de toneladas. Se a safra americana vier “cheia” poderemos ter um estoque novamente na casa de 90 milhões de toneladas. Quando os estoques mundiais registraram 90 milhões de toneladas, os preços caíram abaixo de 9 dólares por bushel.
4-) O dólar no segundo semestre de 2016, em um eventual Governo Temer está muito mais enfraquecido que os atuais patamares de R$3,566. Podemos experimentar um preço em Chicago fraco devido a uma safra cheia nos EUA, em conjunto com um real desvalorizado.
5-) Seria muito interessante que o produtor rural brasileiro, pensasse seriamente em liquidar sua posição da safra 2015/16 imediatamente, neste “rally” de preço na CBOT e “repique” do dólar. Com relação a safra 2016/17 que o produtor aproveitasse estes próximos 90 dias em que a safra norte americana estará no campo e o mercado de clima estará “fervendo” e fizesse todos as operações de troca junto as empresas de defensivos e fertilizantes e não ficasse “descoberto”em nenhum momento.
Enfim senhores produtores rurais, fica aqui a nossa sugestão de preços e estratégia de financiamento para a nova safra. Espero ter contribuído e estou à disposição caso tenham dúvidas.
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