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Países das Américas devem se preparar para possíveis surtos de dengue

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A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) recomendou aos países da região das Américas que se preparem para uma resposta oportuna a possíveis surtos de dengue.

A doença é endêmica na região e, desde sua reintrodução na década de 1980, tem causado surtos e epidemias de forma cíclica a cada três a cinco anos.

A primeira epidemia de dengue, com mais de 1 milhão de casos, ocorreu na região em 2010. Três anos depois, em 2013, houve a primeira epidemia com mais de 2 milhões de casos.

E, no início deste ano, tem sido observado um aumento nos casos em relação ao mesmo período de 2018.

‘A dengue é a infecção viral transmitida por mosquitos de maior propagação nas Américas e sua complexidade vem aumentando ao longo dos anos devido a vários fatores, como crescimento urbano não planejado, problemas de água e saneamento, mudanças climáticas e, em alguns países, a circulação simultânea dos quatro tipos de dengue, o que aumenta o risco de casos graves e surtos’, disse Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da OPAS.

De acordo com a última atualização epidemiológica da OPAS sobre dengue, publicada em 22 de fevereiro (em espanhol ou inglês), foram notificados 560.586 casos de dengue na região das Américas no ano passado, sendo 3.535 casos de dengue grave e 336 mortes.

Já nas primeiras seis semanas deste ano, foram notificados quase 100 mil casos de dengue, sendo 632 de dengue grave e 28 óbitos.

As principais recomendações da OPAS para os países focam na intensificação à vigilância da doença e nas medidas de controle de vetores para reduzir as populações de mosquitos transmissores.

Atualmente, a única maneira de controlar ou prevenir a transmissão do vírus é o combate ao Aedes aegypti, principal vetor do mosquito.

A OPAS também recomenda educação contínua da população e envolvimento da comunidade, além de assegurar que os profissionais de saúde estejam capacitados para diagnosticar a dengue e outros arbovírus, bem como a fazer o manejo adequado dos pacientes.

A OPAS fornece cooperação técnica a seus Estados-membros para prevenir e controlar a enfermidade.

Segundo Espinal, o diagnóstico oportuno da doença se tornou mais complexo com a chegada de dois novos arbovírus: chikungunya (em 2013) e zika (em 2015), que apresentam uma sintomatologia similar.

No entanto, apesar da introdução dessas novas arboviroses, a dengue é a que apresenta o maior número de casos.

A dengue é também um arbovírus mais letal do que o chikungunya e o zika, mas seu tratamento é relativamente simples, custa pouco e é muito eficaz para salvar vidas.

‘A chave é reconhecer precocemente os sinais de alerta para fornecer os cuidados necessários e evitar que progrida para formas mais graves’, afirmou José Luis San Martin, assessor regional de dengue da OPAS.

Se um profissional de saúde tiver dúvida sobre o diagnóstico clínico entre dengue, chikungunya ou zika, a OPAS recomenda tratar o paciente como dengue e iniciar o manejo clínico e tratamento imediatamente, sem esperar por um diagnóstico laboratorial.

A OPAS também recomenda que o paciente seja monitorado diariamente ou pelo menos a cada 48 horas, a fim de detectar quaisquer sinais sérios de alerta, particularmente durante a fase crítica da doença.

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