Notas
O futuro da aplicação aérea. O crescimento da produção agrícola brasileira
O futuro da aplicação aérea O crescimento da produção agrícola brasileira estimada em 2014 de 193,6 milhões de toneladas em uma área de produção de 56,9 milhões de hectares (CONAB, 2014), tem sido um dos pilares da sustentação da economia nacional
Estes índices tendem a ampliar, apesar das dificuldades setoriais, tais como fatores climáticos, em especial a seca que tem castigado as regiões sudeste e nordeste! Demonstram a confiança do produtor brasileiro de que se forem oferecidas condições técnicas de produção com valorização de seus produtos, e adoção de uma política sólida, justa e consistente, o país poderá ocupar o papel que tem sido amplamente apresentado por todos os organismos internacionais sobre a vocação agrícola brasileira.
Para que se consiga atingir tais objetivos, é fundamental que os processos de produção sejam cuidadosamente monitorados e neste sentido, todos os custos operacionais e os fatores de produção devem ser avaliados com rigoroso critério. Por exemplo, COERING e HANSEN (2008) destaca que três objetivos primários na mecanização devem ser observados: otimização do esforço para a produção agrícola, a necessidade de incremento na produtividade e aumentar a pontualidade e a qualidade dos trabalhos agrícolas.
Pragas e doenças durante este processo de produção têm gerado preocupações aos produtores e técnicos em razão da necessidade de um controle efetivo, rápido, com menor impacto ambiental a um custo competitivo.
O uso de produtos fitossanitários cada vez mais específicos, com menor efeito residual, aplicados de forma correta, adequando-se as práticas de controle, minimizando contaminações, tem exigido destes produtores, operadores e prestadores de serviços, novos conhecimentos sobre tecnologia de aplicação, e a busca de equipamentos que possibilitem maior capacidade de monitoramento destas operações.
No que tange estas aplicações, o uso de aeronaves agrícolas é uma realidade cada vez mais presente no meio rural em que produtores buscam desenvolver uma agricultura de forma sustentável e ao mesmo tempo econômica.
Diversos trabalhos de pesquisas tem demonstrado que a efetividade de controle utilizando-se aeronaves agrícolas tem permitido o controle fitossanitário de forma eficiente e rápido, sem danos as lavouras oriundas de amassamento e compactação do solo característico de outras modalidades de pulverização.
O emprego destas tecnologias, onde a aplicação deve ser feita, obedecendo normas estabelecidas de aplicação, respeitando-se distâncias legais de pulverização, o uso de produtos autorizados as diferentes culturas, com o emprego de equipamentos que possibilitem o ajuste técnico dos volumes aplicados, do tamanho de gota apropriado as condições de controle, visando melhoria nas deposições no alvo, proporcionando um controle efetivo, vem sendo ampliado com a adoção por parte das empresas aero aplicadoras e produtores que possuem aeronaves, através da participação no programa de Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS), realizado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (FEPAF), em parceria com a ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) e o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG), tendo como entidades coordenadoras a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/UNESP-Botucatu), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Este programa, entre outros objetivos, atuará na transferência de conhecimentos tecnológicos e visa uma aplicação segura que possibilitará, aos operadores e aos usuários, maior e melhor utilização destes recursos.
Associado a esta integração, o mercado agrícola naturalmente irá demandar exigências por operadores que adotem critérios operacionais ampliando as operações de forma segura. Isto sem dúvida irá influenciar a procura de operadores que venham ser detentores desta certificação, o que será um passo importante para que tenhamos produções agrícolas com menor impacto ambiental.
A aviação agrícola brasileira tem demonstrado um nível de profissionalização significativo, e desde sua concepção tem evoluído bastante. Por exigência dos órgãos fiscalizadores, as empresas de aviação agrícola, devem ter além do piloto com formação específica com curso de piloto agrícola, técnicos e engenheiros que disponham de conhecimentos sobre a aplicação aérea.
A indústria de equipamentos também tem evoluído constantemente apresentando a cada ano novos equipamentos que auxiliem no total monitoramento das pulverizações, tais como novos bicos, novos sistemas de DGPS de orientação espacial, dispositivos em que todos os registros possam ser agora verificados ou em tempo real durante a aplicação, ou realização de análise após a execução dos serviços como já ocorria.
O Brasil desponta com a segunda frota em número de aeronaves agrícolas: total de 1.925 (AGRONAUTAS, 2014), apenas atrás dos Estados Unidos, realizando mais de 73 milhões de hectares aplicados (SINDAG, 2013). Além da frota de aeronaves produzidas no país pela Embraer (Aeronave Ipanema), nos últimos quatro anos tem sido observado que a frota de aeronaves importadas de grande porte (Air-Tractor e Thrush) com capacidade de carga acima de 2000 litros tem ampliado de forma significativa já atingindo cerca de 30% do mercado nacional. A busca pelos operadores por aeronaves e equipamentos com produtividade cada vez mais crescente, tem sido uma forte tendência neste mercado e seus representantes têm disponibilizado simuladores e aeronaves de duplo comando visando à adaptação destas aeronaves e o aprimoramento técnico operacional.
O uso de aeronaves nas culturas de soja, milho, algodão, trigo, cana, citrus, arroz, pastagens, e mais recentemente a batata, e áreas de reflorestamento tem ampliado quer no controle fitossanitário, quer na aplicação de fertilizantes seguindo a tendência do aumento na safra agrícola.
Por Wellington Pereira Alencar de Carvalho, Professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
FONTE: Alfapress Comunicações
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