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NEGÓCIOS: Batistas avaliam colocar alguém da família à frente da JBS

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Batistas avaliam colocar alguém da família à frente da JBS
O empresário Wesley Batista está preso desde quarta-feira, acusado de usar informação privilegiada para manipular os mercados de ações e de câmbio
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Por Estadão Conteúdo.

São Paulo – Incomodados com a postura beligerante do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os Batistas estão dispostos a entrar em rota de colisão com o banco e avaliam indicar um nome de dentro da família para substituir Wesley Batista no comando da JBS, segundo relataram três fontes com conhecimento do tema ao Estadão.
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O empresário está preso desde quarta-feira, acusado de usar informação privilegiada para manipular os mercados de ações e de câmbio e teve pedido de habeas corpus negado ontem.

As conversas sobre como a família deverá se posicionar estão sendo encabeçadas pelo fundador, José Batista Sobrinho, e pelo seu filho mais velho, José Batista Júnior, ex-presidente da JBS, conhecido como Júnior Friboi e principal candidato atual à vaga. Outra opção seria Wesley Filho, presidente da divisão de carne bovina da JBS nos EUA. Filho de Wesley, ele está no negócio desde 2010.
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Segundo as fontes, colocar alguém da família no cargo seria uma forma de os Batistas sinalizarem que a empresa tem sim um controlador e não cederá a pressões do BNDES. A J&F, holding dos Batistas, tem 42% das ações da JBS, porém exerce o controle de fato da empresa, pelo cargo de presidente e por sempre ter conseguido impor suas decisões no conselho.

Um executivo próximo à família afirmou, sob a condição de anonimato, que o BNDES está correto em dizer que os Batistas são sócios da JBS, mas que se esquece de afirmar que são sócios “controladores” por meio de um grupo, a J&F, que investe em vários setores.

Poder

Dos nove assentos no conselho, dois são do BNDES, sendo que uma das vagas do banco estatal atualmente encontra-se vago. O conselheiro Maurício Luchetti já deixou as deliberações e o banco estatal corre para definir um substituto. A outra conselheira do banco, Claudia Azeredo Santos, também pediu para sair e só fica até 9 de outubro. Os dois decidiram pela saída porque vinham sendo votos vencidos nas reuniões. Os demais conselheiros, mesmo os não ligados diretamente à J&F, vinham acompanhando o voto da família Batista em 2016 e 2017.

Desta forma, se nada mudar, os Batistas teriam facilidade de conduzir ao cargo o nome que desejarem. Wesley Batista, que faz parte do conselho e está preso, poderia transferir seu voto a outro conselheiro, por meio de procuração, disse uma fonte.

Segundo fontes, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, teve uma reunião na JBS em que ficou acertado que o executivo deixaria o cargo e um novo nome seria procurado em 90 dias. Wesley teria dito, na ocasião, que precisava esperar a conclusão da renegociação de dívidas com o grupo e do alongamento de dívidas com banco antes de deixar o negócio. Pouco depois, o BNDES entrou na Justiça para destituí-lo do cargo, pedido que foi freada pela Justiça, após decisão proferida ontem pelo Tribunal Regional da 3ª Região.

A saída de Wesley, mesmo que temporária, acabou ocorrendo somente com sua prisão, o que acelerou a busca por um substituto. O consenso é de que a permanência de Wesley tornou-se inviável. A conselheira Claudia Azeredo Santos, do BNDES, havia indicado o nome do executivo Gilberto Tomazoni nesta semana, mas a proposta nem chegou a ser votada.

Uma das saídas seria esperar que os irmãos Batista saíssem da prisão, após o pedido de habeas corpus, que foi negado ontem. A defesa de Joesley e Wesley anunciou na noite de ontem que entrou com um novo pedido para a libertação dos empresários, desta vez no Superior Tribunal de Justiça.

Procurados, o BNDES e a JBS não quiseram se pronunciar.

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