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Governo eleva juros do crédito para máquinas agrícolas

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O governo federal elevou nesta quinta-feira (27) os encargos do programa de financiamento de máquinas e implementos agrícolas Moderfrota. Conforme decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) haverá reajuste 3 pontos porcentuais nos custos dos empréstimos feitos nessa modalidade. A decisão visa reduzir o custo do crédito subsidiado para o Tesouro Nacional em meio a um forte ajuste fiscal
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Os juros foram elevados de 4,5% para 7,5% ao ano para empresas com receita operacional ou renda de grupo econômico inferior a R$ 90 milhões anuais. Já para renda acima de R$ 90 milhões, o financiamento de equipamentos agrícolas subiu de 6% para 9% ao ano.
“Estamos em ano de transição onde o ajuste fiscal é instrumento importante a ser percebido por nossos credores. Mas é também um ano importante de ajuste para termos crescimento adequado nos próximos anos”, justificou o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério do Fazenda, João Rabelo.

A última vez que o governo mexeu nas taxas do Moderfrota foi em julho do ano passado, no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2014/15 (PAP), que destinou R$ 3,6 bilhões para o programa. A elevação das taxas ocorre, portanto, faltando apenas quatro meses para o final deste ciclo. Rabelo disse que existe R$ 1,8 bilhão disponível para a tomada de crédito até julho. “A tendência é de que novas taxas permaneçam as mesmas no próximo Plano Safra”, indicou.

Os novos encargos do Moderfrota passam a valer nas operações contratadas a partir de primeiro de abril. No entanto, as operações protocoladas no BNDES, operador do programa, até esta sexta-feira (27) e que ainda não tiveram o processo de contratação concluído, terão prazo até 10 de abril para serem formalizadas, mantendo as taxas de juros anteriores.

O CMN aprovou também a inclusão no Moderfrota pulverizadores autopropelidos, montados ou de arrasto, com tanques acima de 2.000 litros e barras de 18 metros ou mais.

Ano crítico

O aumento dos custos do Moderfrota pode impactar os planos do para safra 2015/16. Os agricultores já estão reclamando da falta de liberação de crédito para a compra de fertilizantes e defensivos pelo Banco do Brasil que, segundo relatos, não estaria liberando crédito subsidiado pelo governo.

O ajuste também preocupa a indústria de máquinas agrícolas, que fechou 2014 com retração de 17,4% nas vendas. Neste ano o setor também vem patinando, após registar o pior primeiro bimestre de vendas das últimas sete temporadas.

Produtores e empresas estão aguardando os detalhes sobre o Plano Safra 2015/16, especialmente as taxas de juros das linhas de crédito. Mas o Ministério da Fazenda já alertou as autoridades do Ministério da Agricultura que os encargos do crédito agrícola irão subir para reduzir o custo para o Tesouro do crédito subvencionado.
A GAZETA DO POVO

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