Fronteira – Carros roubados são utilizados em favor do tráfico

O trabalho acirrado da PRF (Polícia Rodoviária Federal) garantiu, somente em setembro, a recuperação de 17 veículos roubados ou furtados na região Oeste do Estado. Destes, metade é formada por caminhonetes, veículos de maior potência e bastante visados na região de fronteira para o transporte de produtos ilícitos. O automóvel também é de venda fácil no país vizinho.

De acordo com a PRF de Foz do Iguaçu, neste ano, até ontem, 187 veículos foram recuperados na fronteira. A média é de 20 veículos recuperados por mês somente na cidade.

A maior parte dos carros roubados, conforme a polícia, é usada no transporte de drogas ou levada para a venda no Paraguai. “Pelas apreensões realizadas, identificamos três perfis na região. Cerca de 30% dos veículos recuperados, apreendemos com outro tipo de ilícito além do registro do furto ou roubo. Na maioria, eles transportam cigarros contrabandeados. Desde o fim do ano passado, essa incidência aumentou. Isso porque antes os contrabandistas usavam veículos financiados por laranjas, o que fez com que os bancos e as financeiras adotassem formas mais rígidas para o empréstimo. Agora, eles precisam roubar os carros para transportar estes produtos”, afirma o inspetor da PRF, Raone Nogueira.

O segundo perfil, segundo ele, é de veículos que são roubados em outras regiões do Brasil, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro, e que os ladrões tentam repassar ao Paraguai para vender. “Isso é um problema nacional. O terceiro perfil é de automóveis que são roubados aqui mesmo, na região, e que os bandidos tentam passar, ainda sem o registro de roubo ou furto, para vender no Paraguai. Há uns quatro anos, este era o caso mais comum, mas diminuiu, porque não existe mais como você passar com um carro na ponte para o Paraguai sem ser abordado pela Polícia”, comenta Nogueira.