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Filho de fazendeiro de Guaíra é resgatado como andarilho em Vilhena RO

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A medida que o tempo vai passando, andarilhos avançam pela BR 364, de cidade em cidade, atravessando as fronteiras de Rondônia, e fica cada vez mais difícil retomar a vida normal.

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Gustavo Borges da Silva, de 33 anos, por exemplo, está há mais de dez anos vagando por estradas brasileiras.

Filho de fazendeiro de Guaíra, lugar onde também nasceu, ele ajudava o pai com trator, cuidava do gado, operava motosserra e até fazia cercas e curral.

Vivia bem, mas resolveu sair pela primeira vez para os lados de Santa Catarina e, de lá, foi ganhando o mundo e a estrada, depois de se viciar em bebidas alcoólicas.

Foi isso que confessou o homem, ainda jovem, em tom de arrependimento.

“Fiquei com vergonha e saí para o trecho”, conta Gustavo, à beira do leito do pronto-socorro do Hospital regional de Vilhena, após ser resgatado pelos bombeiros no setor 12, atrás da fábrica de óleos vegetais Portal.

Ali, ele estava passando mal com fraquezas e hipotermia na manhã de ontem, sexta-feira, dia 20.

Gustavo deu entrada no pronto-socorro ontem mesmo.

Estava desidratado e vai tomar muito soro até melhorar.

Deve se resumir a isso o tratamento, mas o serviço social costuma cuidar destes casos e até ajudar o paciente que demonstrar vontade de reencontrar a família.

O andarilho revelou: havia quatro dias que não se alimentava.

Borges também disse que já tinha ido até no Acre e que já estava voltando rumo ao sul de novo refazendo sua trajetória.

Caminha pelas estradas brasileiras sem o mínimo conforto nos pés, muitas vezes de chinelo e até descalço.

Gustavo conta que vê aos poucos sua história se apagando.

Não sabe o que se passou com os seus pais, a quem não vê há mais uma década.

Disse não ter conseguido formar outra família, com esposa e filhos.

Tem consciência de estar seguindo um caminho difícil e, à medida que o tempo passa, a estrada da volta se torna cada vez mais tortuosa.

“Nunca fui de deixar a barba crescer, mas que agora tô parecendo um Papai Noel” diz usando o que lhe resta de bom humor na batalha dura que trava com o destino.

Portal Voxnet (Fonte: FS)

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