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Controle biológico contra lagartas da soja gera economia de 30%

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Produtores do Maranhão estão percebendo os benefícios de combater as pragas usando menos produtos químicos. Veja o que ele fez e os cuidados a serem tomados

André Anelli, de Carolina (MA)
Sojicultores do Maranhão adotaram uma nova estratégia para o controle de lagartas na lavoura. Depois de muitas safras sofrendo com a praga, eles decidiram apostar nos defensivos biológicos e o resultado é positivo.

O ataque de lagartas na lavoura de soja sempre foi um problema nas fazendas dos irmãos Mera, no município de Carolina, sul do Maranhão. O custo de produção para controle da praga aumentava a cada safra, já que as lagartas estavam ganhando resistência aos defensivos. Só que, há três anos, os produtores começaram a adotar o controle biológico para lidar com o problema.

“Trabalhamos com toda a linha biológica, desde antes da planta germinar, até o final do ciclo dela. A gente trabalha com nematicidas, inseticidas para lagarta, mosca branca, percevejo e também inoculantes, azospirillum e também para doenças, que seriam os fungicidas”, conta Gilmar Mera.

Com a técnica, o aparecimento das lagartas diminuiu mais de 30%. Por outro lado, o monitoramento da lavoura precisou ser redobrado, já que o problema precisa ser detectado o quanto antes. Isso porque o controle biológico é mais eficiente na prevenção de pragas e doenças, ao invés do combate.

“Tem que sair da zona de conforto. Pra esse trabalho biológico funcionar na propriedade, seja onde for, depende da equipe, monitoramento muito bem feito, com decisões certas, do produto certo, na hora certa, caso contrário não vai ter sucesso”, diz.

Outro ponto a esclarecer é que o controle biológico não trouxe a independência dos defensivos convencionais. Para multiplicar os materiais biológicos que combatem as pragas, os produtores recorrem à indústria para comprar o inóculo, material necessário para desenvolver o microrganismo dos predadores naturais dos insetos. Tudo é feito direto na propriedade de maneira legalizada, já que o produto final não é vendido, apenas utilizado nas próprias lavouras.

Os produtores também dependem dos fabricantes de defensivos para controlar doenças como a ferrugem e pragas sugadoras. nestes casos, é feito um controle biológico aliado ao químico. Mesmo assim a propriedade já apresenta benefícios ambientais.

“O que a gente tem observado é que preserva muito os inimigos naturais das pragas, inclusive com o aumento das abelhas. Acredito que isso ajuda muito o meio ambiente”, afirma Darci Antônio Mera.

A Aprosoja do Maranhão afirma que este tipo de manejo é exemplo de sustentabilidade. Além do ganho ecológico, gera uma boa economia para o agricultor. “Muitos produtores já estão começando em pequenas áreas, fazendo essa movimentação. Há uma redução muito grande no custo, de 30% a 35% nos próprios fungicidas usados, nos próprios inseticidas. Muitos já passando para adubação também, na nossa região”, diz o presidente da entidade, Carlos de Paula.

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