Notas
Com pouco dinheiro, morador de Joinville constrói, em 20 anos, seu castelo
Apesar da beleza arquitetônica, os materiais utilizados são simples. «Saibro, areia, cimento, tijolo e tinta branca»
Leonardo Coradelli, 66, é massoterapeuta. Ganha «mil e pouco por mês». Mas, mesmo com pouco dinheiro e muita paciência, ele construiu um castelo em Joinville, no norte de Santa Catarina. A construção, que demorou cerca de 20 anos para ser concluída, virou ponto turístico.
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O castelo foi erguido no alto de um morro, na rua Petrópolis 142, no bairro Itaum. A edificação é toda branca com janelas e vitrais verdes. Há mais de 700 metros de área construída, quatro andares, 48 torres, 31 arcos, 21 cômodos e uma piscina com chafariz dentro.
Apesar da majestosa casa, Leonardo mora sozinho num bairro humilde. Sua esposa faleceu há anos. Ele é visitado pelos filhos, familiares e pela namorada.
Há 20 anos, sua rotina é a mesma. Quando não está trabalhando como massoterapeuta, está trabalhando no castelo. «Minha vida toda foi dedicada a esse projeto. Dia e noite, sábados e domingos e, às vezes, os vizinhos faziam mutirões para me ajudarem», contou.
Apesar da beleza arquitetônica, os materiais utilizados são simples. «Saibro, areia, cimento, tijolo e tinta branca». Leonardo estima que tenha gastado R$ 300 mil.
O desenho do castelo foi criado pelo próprio Leonardo, que tinha como única experiência os castelinhos que construía na areia da praia. «Eu ia imaginado e mostrando as ideias para um amigo que é engenheiro, para ele avaliar se não tinha risco de queda», disse.
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O castelo não é inspirado em nenhuma obra existente. Na verdade, Leonardo, contou que nunca viu um castelo, por isso, resolveu criar o seu. Era um sonho de infância.
«Quando eu era pequeno ficava pensando em como era a vida de um rei. Gostava de imaginar castelos. Então, resolvi começar sem saber se daria certo», explicou.
Leonardo teve uma infância pobre, ao lado dos treze irmãos. Seus pais trabalhavam nas roças do oeste catarinense. Na escola, eles frequentaram apenas os primeiros anos.
Quando a vida melhorou um pouco ele conseguiu erguer uma casinha de madeira em Joinville. Até que o sonho o despertou. Ao redor da casinha começou a crescer uma fortaleza. Internamente o castelo é decorado como qualquer residência da classe média baixa. Móveis sem luxo, calendário de papel na parede.
O contraste está também do lado de fora, nas pequenas casas da vizinhança. Algumas inacabadas, com cor de cimento, outras tingidas pelo barro.
Leonardo é chamado de rei pelos irmãos e sobrinhos. Mas, aparentemente não ostenta nenhuma realeza. É simples na fala, nas roupas. Ele se satisfaz pelo esforço das últimas décadas quando recebe visitantes, principalmente, escolas.
«Gosto muito de ver aqueles ônibus cheios de crianças», comentou.
Mesmo ciente que sua residência é uma atração, ele não cobra nenhuma taxa dos curiosos. Muitas produtoras de festas o procuram na tentativa frustrada de realizarem festas de casamento ou debutantes dos seus clientes no castelo, mas Leonardo recusa.
«Fiz o castelo para ouvir meu coração, não pensei em ganhar dinheiro», conclui.
As informações são do UOL.
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