Notas
Apenas 24% da safra de soja foi comercializada até agora
Cenário mostra que o produtor ainda busca o melhor momento para negociar a oleaginosa; dados são da consultoria Safras & Mercado.
Até o dia 1º de dezembro, aproximadamente 24% da safra brasileira de soja foi comercializada antecipadamente. No mesmo período do ano passado, o índice estava em 38%.
Os dados são da consultoria Safras & Mercado. Com isso, os produtores esperam por uma recuperação dos preços antes de fechar negócio.
O produtor Gilberto Eberhardt, de Lucas do Rio Verde (MT), comercializou apenas 40% da safra. Em 2013, nesta mesma época, ele já tinha negociado 70%. Ele resolveu esperar um pouco porque o preço pago, segundo disse, não está compensando os custos de produção.
– Tivemos ótimos preços no início da safra, com comercialização de US$ 20,00 e hoje está em baixa, em torno de US$ 18,50. Com isso, a gente não foi fechando, o quesito é fechar nossos investimentos, que tiveram um custo alto. Uma alta de 20% em relação ao ano passado. A gente vai com cautela para se fazer uma renda mais satisfatória – comenta.
O analista de mercado Bruno Perottoni afirma que se o produtor demorar na comercialização, ele pode sofrer com a queda de preços, já que Brasil e Argentina devem colocar no mercado cerca de 130 milhões de toneladas de soja.
– A gente tem visto preços bem firmes. Nós tivemos uma escalada dos preços, tanto em Chicago quanto no Brasil, por causa da preocupação com a nossa seca. Agora, nossa produção segue mais tranquila e os Estados Unidos estão escoando a produção deles. O Brasil já plantou soja e milho. A Argentina também está caminhando bem. A gente vê como uma oportunidade de vender essa soja olhando o contrato de maio de 2014, dos US$ 10,00/bushel. Esse preço, com prêmio positivo e dólar acima de R$ 2,60 garantem um bom rendimento – explica.
Por outro lado, o analista Carlos Cogo afirma que o produtor precisa ter cautela, já que o clima pode influenciar no desenvolvimento da safra brasileira e provocar uma alta das cotações.
– Já se criou um piso de US$ 10,00 por bushel, já chegou a cair em alguns momentos, mas esse piso está consolidado. O produtor pode trabalhar com um cenário de US$ 10,00 a US$ 11,00 por bushel e ainda pode aguardar novas altas do dólar. O prêmio continua positivo, isso significa que tem um acréscimo nos contratos futuros. O ambiente ainda é favorável, principalmente para quem está capitalizado e pode aguardar – pontua.
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