Notas
Agricultores de MS comemoram o preço da soja em alta
Em um ano, a saca de 60 kg da soja valorizou 20% no estado.
Cenário é atípico porque ainda há muito produto disponível nos armazéns.
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Em Mato Grosso do Sulx o momento é bom para quem conservou até agora no armazém a soja que terminou de ser colhida em março. Os preços também estão em alta.
Na fazenda do agricultor Márcio Macuglia, em Campo Grandex, o milho cresce vistoso e deve ser colhido em julho. Enquanto a cultura se desenvolve no campo, o produtor volta os olhos para a comercialização da soja. Neste ano, ele vendeu 70% da produção de forma antecipada, a um preço médio de R$ 64 a saca e decidiu esperar melhores oportunidades para negociar o que restou.
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“A melhor oferta chegou a R$ 72 a saca. Vamos aguardar um preço melhor”, fala o agricultor.
Essa semana o preço médio chegou a R$ 72 em Mato Grosso do Sul. Preço bem maior se comparado ao mês de abril, quando as cotações não passaram dos R$ 60.
Em um ano, a saca de 60 kg da soja valorizou 20% no estado. Segundo analistas, o cenário é atípico para essa época, porque ainda há muito produto disponível nos armazéns. Essa situação teria sido motivada, principalmente, pelas incertezas do mercado em relação ao desempenho da safra sul-americana.
É o que explica Eduardo Flores, que trabalha com compra, venda e intermediação de contratos no estado.
“A quebra total da safra sul-americana pode chegar aí a 5%. Esse é um dos fatores. O segundo é o atraso na colheita, houve atraso na colheita brasileira, atraso na colheita argentina. Consequentemente atraso nos embarques desse produto para a exportação. Que fez com que os prêmios para soja brasileira se elevassem. E o terceiro fator que é a questão de oferta e demanda. O produtor vendo esse preço evoluir, praticamente diariamente ele veio segurando as ofertas, fazendo com que os tomadores tivessem que aí abrir mão das margens e praticando preços cada vez mais agressivos para conseguir comprar os volumes que eles precisam para exportação.»
Nos armazéns a movimentação de carga segue firme. O problema é a qualidade da soja. Em algumas unidades, há mais trabalho para equilibrar o padrão do produto que será embarcado. O gerente, Felipe Milani, explica que o excesso de chuva durante a colheita, deixou muita soja abaixo da qualidade exigida pelo mercado.
“O pessoal do operacional da unidade, ele tem um trabalho mais exigente, com mais responsabilidade por termos um produto de baixo padrão para conseguir dosarmos com produto de qualidade boa, dentro do padrão comercial”, diz o gerente Felipe Milani. G-1
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