Notas
2017 vai ser melhor para o agronegócio?
O ano está chegando ao fim e muitos de nós começam a se perguntar como será 2017 para o agronegócio brasileiro. Hoje no Mercado&Cia recebemos o economista da MB Associados e Ph.D em economia pela Universidade de Yale (EUA) , Jósé Roberto Mendonça de Barros. Ele demonstrou certo otimismo com o setor para esse próximo ciclo que se inicia. Veja a projeções para crédito, dólar, juros, commodities agrícolas, comércio internacional e mais na entrevista:
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2017 vai ser melhor para o agronegócio?
Eu acredito que sim, a começar pelas previsões dos climatologistas que são melhores do que as que prevaleceram agora. Mais do que isso, vamos abrir o ano com a perspectiva do início de uma queda mais vigorosa das taxas de juros do Banco Central. Esperamos já na reunião de janeiro que tenha o primeiro movimento importante de queda e que sinalize para o fim do ano a taxa da Selic abaixo de 10%. É uma melhora extraordinária para crédito, que vai afetar a todos e também o agronegócio.
Qual o tempo que demora para a gente ver a diminuição de juros na hora do financiamento que é contratado pelo produtor rural?
É demora um pouquinho, de quatro a oito meses. Já no fim do primeiro semestre é possível que a gente tenha um cenário de crédito um pouco melhor. Ou seja, um pouco antes da época do plantio pode ter um efeito positivo.
Volume de crédito vai aumentar para 2017?
Eu acredito que alguma coisa sim. Mas ainda nós estaremos no começo dessa melhora.
E o câmbio?
Outra coisa que temos que lembrar que vai ficar melhorar para o agronegócio é a desvalorização do real. Essa faixa dos R$ 3,40 é também a nossa projeção. O dólar vai ficar mais forte lá fora e é o mesmo que dizer que o nosso real vai ficar mais desvalorizado. Isso é bom para o agricultor que vai colher com dólar mais valorizado que quando plantou. Isso também é positivo. Nós teremos na agricultura de grãos uma combinação que todo mundo gostaria de ter: mais produção, real desvalorizado e preços lá fora de razoáveis a bom [e isso depende de que produtor nós estamos falando]. Isso no mercado externo vai nos ajudar bastante.
Mercado externo:
Foi mencionado há pouco a questão da China e eu queria lembrar mais uma coisa: a relação comercial dos Estados Unidos e China vai ser mais tensa por causa do novo presidente dos Estados Unidos e não é fora de propósito que isso permita oportunidade comercial adicional ao Brasil. Se os chineses quiserem se defender, uma das coisas que eles podem fazer é dar mais atenção as exportações provenientes do Brasil
Demanda interna:
Achamos que vamos ter alguma melhora na demanda interna, mais a partir do segundo semestre que pode ajudar a dar suporte nos preços locais. Não vai ser um crescimento muito grande para o ano que vem, projetamos 1% [para o PIB]. Mas isso tende a melhorar ao longo do ano e vai abrir a possibilidade para um crescimento mais significativo para 2018.
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O presidente Temer vai continuar no governo até 2018?
Nós achamos que ele vai continuar. A alternativa de uma antecipação de eleição é mais teórica do que prática. E se ela acontecesse seria muito ruim para o Brasil. Acho que o melhor é continuar onde nós estamos. O presidente Temer tem um mandato de transição para preparar 2018, aí sim teremos uma eleição. Essa transição pressupõe uma política econômica que traga de volta o crescimento. Que 2017 seja o ano de sair da recessão e voltar a crescer em 2018.
2017 o agronegócio vai trabalhar com que preços de commodities?
A produção de milho deve crescer, claro produção a gente só sabe com certeza quando estão no armazéns. Mas, todas as projeções são de recuperação na safra de grãos bastante positivas e os preços que já vem caindo um pouco devem acomodar mais. E para o pessoal das carnes retomar um pouco as margens normais, já que esse ano foi danado de complicado.
Publicado por: kellen_severo;Canal rural.
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